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Enfermeiro cubano salvou bebê argelino protegendo-o em seu peito

O enfermeiro José Alberto Oliva, de Pinar del Río, salvou a vida de um recém-nascido. Foto: Reproduzida do Facebook
O enfermeiro José Alberto Oliva, de Pinar del Río, salvou a vida de um recém-nascido. Foto: Reproduzida do Facebook

Data: 

13/08/2020

Fonte: 

Periódico Granma

Autor: 

● Outra criança africana, neste caso argelina, perdeu a pessoa que lhe deu a vida. Perdeu-a muito cedo. Partiu sem que o recém-nascido pudesse dizer a sílaba e a palavra sagrada, as primeiras que todo ser humano tenta dizer: «mamãe».
 
Este mundo desigual e egoísta, que detém poder e riquezas a custa da dor de milhões, de bebês órfãos e mães desconsoladas; este mundo deixou outro inocente sem sua mãe.
 
Duplamente comovedora, esta notícia chegou através da Tele Pinar, desta vez do local onde ocorreu o fato: a província de Ouargla, no sul da Argélia, a mais de 9.200 quilômetros de Pinar del Río, lar de um «estranho» que anda por aqueles lares e que salvou a vida do infortunado bebê. Por alguma rara associação da psique, assim que soube do acontecido, minha memória me fez lembrar de outro nome: Angiel, outro anjo desamparado 12 anos atrás, sob os escombros e a noite no Haiti.
 
Dizem que o terremoto derrubou a desvencilhada casa da Angiel e a menina, sem a menor noção do que estava acontecendo, perambulou se arrastando na escuridão, até apalpar algo delicado e ainda morno; seu instinto a fez esperar lá até o amanhecer; era um braço de sua mãe; jazia sob os escombros. Em meio da tragédia, a menina viu uns seres chorando – também «estranhos» – que a aliviaram e a salvaram. Aquelas pessoas, tal como o enfermeiro José Alberto Oliva, o salvador da criança argelina, pertencem ao mesmo «exército», são cubanos de batas brancas, aos quais os raivosos mercadores do ódio qualificam de «escravos».
 
A mãe da criança africana morreu por causa da Covid-19 e a criança contraiu a doença. José Alberto, junto a outros colegas cubanos, ajudou a salvá-la, lançando mão de um método ao que chamam de «pele a pele, ou de canguru». A imagem diz mais do que um milhão de palavras; lá está José Alberto com o bebê protegido no peito; acalmou-o e lhe devolveu o calor tirado pela pandemia.
 
O bebê foi salvo, não fará parte dessas 15 mil crianças abaixo de cinco anos que diariamente morrem de pobreza e doenças curáveis, segundo a Unicef.
 
Este menino, e milhares como ele, vivem e viverão, porque milhares de cubanos tresandam pelo mundo, dando pulos de amor, mais altos e mais belos que os dos cangurus, para salvar vidas. ●