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«Fidel vive em nós»

Data: 

11/08/2017

Fonte: 

Periódico Granma

ORIGINÁRIO de Pinar del Río, a terra mais ocidental da Ilha, Eliodoro Pérez Reyes tem uma licenciatura de Educação em Agronomia e mais de uma década de experiência como dirigente político e estudantil. Considera que o maior compromisso da juventude cubana está em imortalizar o pensamento de Fidel Castro.
 
De que maneira está presente Fidel na juventude cubana?
 
«Durante a história da Revolução, foram infinitas as mostras de admiração, carinho e respeito dos jovens cubanos por Fidel. Lembro uma mensagem que lhe enviamos em 2007 e em sua resposta Fidel disse que tinha a certeza de que a juventude cubana não lhe falharia. Falo desse momento especial porque acho que assim foi e será. Sempre respondemos a seu apelo, inclusive hoje, que não está fisicamente».
 
«Em novembro de 2016, quando recebemos a notícia de seu desaparecimento físico, o mundo teve a maior mostra de amor da juventude por Fidel. Os jovens se mobilizaram sozinhos então. Havia que ver as escadarias da Universidade de Havana e outros importantes espaços públicos lotados de jovens que choravam e levavam uma foto dele, demonstrando a dor por sua partida».
 
«Contudo, Fidel vive em nós e temos a responsabilidade de imortalizar seu pensamento. Isso é o mais importante. Sabíamos que naturalmente ele teria que partir um dia, mas sabíamos também que teríamos que não deixá-lo morrer. Fidel ficou em nós. Não há lugar onde não se fale dele, onde não se lembre o que foi e nos legou. Esse é o líder incontestável de nossa Revolução, embora ele só não fizesse a Revolução. É e será nosso Comandante-em-chefe».
 
Que herdaram os jovens de Fidel como ser humano?
 
«Seu sacrifício e incondicionalidade, bem como sua capacidade para confiar em que o ser humano pode fazer o que se propo-nha. Também, seu exemplo como líder natural e homem culto, capaz de transcender em Cuba e o mundo».
 
«O que mais nos orgulha é que sempre tenha acreditado em nós, que nos atendesse de perto e nos falasse com clareza. Essa é uma das coisas que podemos transmitir aos nossos filhos, netos, às gerações que fisicamente não o conhecerão, que saberão dele através da história, a mesma história que devemos continuar escrevendo nós».
 
O outrora primeiro-secretário da União dos Jovens Comunistas (UJC) em sua província natal, Pinar del Río, atual chefe da seção ideológica do Comitê Nacional dessa organização, defende que «da firmeza ideológica depende preservar as conquistas da Revolução Cubana, as conquistas que hoje desfrutamos e às quais devemos dar continuidade».
 
Ao lembrar que hoje existem na Ilha Maior das Antilhas uns 2,9 milhões de jovens entre 14 e 35 anos, dos quais 360 mil são membros da juventude comunista, o funcionário deixa claro que «a UJC é responsável da direção política dos processos que têm a ver com todas as crianças, adolescentes e jovens, não apenas com seus militantes».
 
Em que se focaliza o trabalho da UJC atualmente?
 
«No 10º Congresso da UJC, realizado em julho de 2015, tomaram-se acordos e aproximadamente 81% deles foram unicamente ideológicos. Em meio à atualização do modelo econômico cubano, a UJC se focaliza essencialmente na organização da juventude na Ilha».
 
«Traçamos a linha político-ideológica que define o sistema de preparação de nossos diretivos, dirigentes de organizações juvenis e movimentos estudantes. Também, atendemos o Movimento Juvenil Martiano, as brigadas técnico-juvenis e a de Instrutores de Arte José Martí, a Associação
 
Irmãos Saíz e as complexidades que na ordem ideológica possam dar-se no país».
 
Como assumiram a atenção aos jovens que trabalham no setor não estatal?
 
«Não deixamos atrás o apoio aos jovens independentes. Em 2016, nos reunimos com os trabalhadores do setor não estatal nos diferentes territórios do país, em um processo que derivou dos acordos do 10º Congresso e deixou claro que devíamos fazer para transformar o ambiente em que se desempenham esses jovens».
 
«Temos muitos militantes da UJC no setor não estatal e independentes que integram comitês municipais ou provinciais da UJC, mas também muitos que não são militantes e aos quais tentamos chegar mediante o Gabinete Nacional de Administração Tributária, a Central dos Trabalhadores de Cuba, etc».
 
«Embora ainda haja muitas insatisfações porque não conseguimos que participem em massa em todos os ambientes com que conta a juventude, trabalhamos para integrá-los. Eles têm um peso real e positivo em nossa economia e suas preocupações são processadas e analisadas por um sistema único de informação que tem nosso organismo».
 
Que valores potenciam em qualquer criança, adolescente ou jovem?
 
«Há valores essenciais que devemos manter fortalecidos sempre: a responsabilidade, a laboriosidade e o antiimperialismo. São chaves que, como jovens cubanos e como organização, não devemos perder de vista. Avaliamos a unidade, que segundo nos demonstrou a história, é o que permite vencer».
 
Que se propuseram para comemorar o 91º aniversário natalício de Fidel, o primeiro em que não estará fisicamente?
 
«O aniversário natalício de Fidel se une com outras comemorações, como a do Dia Internacional da Juventude, mas neste ano temos um duplo sentimento de alegria e tristeza porque o passaremos sem Fidel, mas com a felicidade de tê-lo presente. As crianças, adolescentes e jovens cubanos não renunciamos a comemorar seu dia, mas faremos isso como um encontro com a história, através de palestras, diálogos geracionais, rotas, visitas e acampadas a lugares históricos. Assim, será lembrado em diversos pontos do país. Esse é o caso de Holguín, que acolherá uma tradicional acampada a Birán, onde nasceu o Comandante».
 
«Também coincide o dia 13 de agosto com o 60º aniversário do assassinato dos jovens irmãos Saíz, revolucionários vítimas da tirania de Batista. Essa jornada fechará com a acostumada escalada ao Pico Turquino, que organiza a Associação Irmãos Saíz, bem como um amplo programa de atividades nas províncias de Santiago de Cuba, Granma e Pinar del Río».
 
«Organizamos um grande concerto de Paulo FG e os finalistas do concurso «Sonando en Cuba», que será em 11 de agosto. Trata-se de um concerto dado em todas as províncias do pais e que encerrará em Havana. No dia 12 será feita a premiação do concurso de fotografia Jovens na lente, auspiciado pelo Centro de Estudos sobre a Juventude».